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Queijaria Tia Nena - Produção artesanal e união familiar
Odirlei Dufech e Solange Liller trabalhavam sem descanso para prosperar na cidade. Ela era cuidadora de idosos e ele motorista de caminhão. O tempo passava e as preocupações aumentavam. O casal desejava criar seus filhos num ambiente acolhedor e queria estar mais presente acompanhando as descobertas da infância de seus meninos. Mas as exigências do trabalho os afastavam do convívio familiar. Foi então que tomaram uma decisão que mudou o rumo de suas vidas.
Em 2018, com as economias de muitos anos, conseguiram comprar uma propriedade rural de 7 hectares, na Linha São Francisco, município de Cantagalo, na região centro-sul do Paraná. No início, o caminho natural foi a pecuária de leite, atividade que se tornou a principal fonte de renda da família. Mas então sobreveio a pandemia, em 2020. "Havia o risco de que os laticínios reduzissem as coletas de leite e por isso começamos a fazer queijo para vender aos amigos, familiares e vizinhos. A demanda foi crescendo e percebemos que poderia ser uma maneira de agregar valor e ampliar a rentabilidade da propriedade", explica Odirlei.
Com a ajuda de técnicos do IDR e da Seab, o casal montou uma estrutura agroindustrial apropriada para a produção de queijos. Em 2021, a Queijaria Tia Nena foi formalizada, obtendo o SIM (Sistema de Inspeção Municipal). Em dezembro de 2023, a propriedade conseguiu a chancela de qualidade da certificação Susaf/PR - Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte. "Atualmente, metade do leite que produzimos é utilizado na agroindústria. Até o fim do ano, pretendemos direcionar 100% do leite para a produção de queijos e derivados, para agregar valor e ter melhor renda", afirma Odirlei.
Apesar de ter apenas três anos como empreendimento formalizado, os resultados do trabalho da família são surpreendentes. Em abril de 2024, a Queijaria Tia Nena recebeu duas premiações na terceira edição do Mundial do Queijo do Brasil. O queijo coalho recebeu a medalha de Ouro, enquanto o queijo colonial obteve a medalha de Bronze. O concurso internacional realizado em São Paulo avaliou cerca de 1.900 queijos, produzidos em 14 países. "Foi muito emocionante receber esse reconhecimento num evento tão importante quanto o Mundial do Queijo. Demonstra que estamos no caminho certo e fazendo queijos de qualidade", comemora Solange, conhecida na família como Nena, apelido que inspirou o nome da queijaria.
As novas conquistas se somam a outras premiações já recebidas: em 2023, no Prêmio Queijos do Paraná, foram três medalhas de Ouro e duas Super Ouro. Solange foi agraciada com uma viagem para conhecer regiões de referência na produção queijeira da França. "A experiência nos concursos e a visita aos polos de produção de queijos franceses foram importantes aprendizados que agregam conhecimento ao nosso trabalho", ressalta Solange.
A família se divide numa rotina intensa de tarefas. Odirlei e Solange contam com a ajuda do filho Diego, 19 anos, que está cursando faculdade de medicina veterinária e faz planos para continuar na propriedade, tendo viabilidade econômica por meio da agregação de valor da produção queijeira. "Uma das áreas na qual estou me aperfeiçoando é o aprendizado sobre agroindústria. Acredito que poderei viver aqui contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da queijaria", afirma.
A mãe comenta, orgulhosa, que assim que Diego se formar poderá ser o RT (Responsável Técnico) da Queijaria Tia Nena. O filho menor, Eduardo, sete anos, sempre próximo aos pais no dia-a-dia de trabalho na propriedade, afirma sem hesitar que, quando crescer, quer ser um mestre queijeiro.
O reconhecimento da queijaria traz boas perspectivas para o futuro, mas o casal sabe que nada acontece se não houver união familiar e muito trabalho. "É preciso respeitar as boas práticas de produção e ter amor no que se está fazendo. Somente com carinho e dedicação é possível produzir queijos e doce de leite com qualidade diferenciada. Posso dizer que nossa vida mudou para melhor", conclui Solange.