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Família Haas produz um melado único no Brasil
A menos de 5 km do Parque Nacional do Iguaçu, a Família Haas produz um melado único no Brasil. Os cultivos em solos com pedregulhos, o clima seco, a temperatura alta e a riqueza da biodiversidade da região, conferem à cana-de-açúcar mais qualidade e maior teor de sacarose. Localizada na comunidade de Cristo Rei, em Capanema, Sudoeste do Paraná, a propriedade dos Haas produz melados batido e escorrido, ambos com o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “O IG veio premiar um trabalho que vem sendo realizado de sol a sol, há mais de 25 anos, para produzir com qualidade diferenciada”, diz Rodrigo Haas.
Em 2019, Capanema tornou-se a primeira e única cidade do país com a certificação IG, na categoria Indicação de Procedência (IP), para o melado. A propriedade da Família Haas é uma das duas áreas de plantio do município que estão aptas a comercializar seus produtos com este selo. “A história da fabricação de melado em Capanema começou com os imigrantes alemães, que plantaram as primeiras canas e produziam para o consumo das famílias. O IG atesta que a produção tem qualidade e características diferenciadas, só encontradas no município, além de considerar os aspectos culturais desta atividade. O melado daqui é saboroso, de coloração clara e livre de conservantes e aditivos químicos”, explica Rodrigo, que divide as tarefas da propriedade com o pai e a mãe, Gilberto e Marilúcia, a esposa, Mariela, e o irmão, Tiago.
Se hoje os cultivos de cana-de-açúcar coexistem em harmonia com a biodiversidade local, em áreas que margeiam o Parque Nacional do Iguaçu, no passado a realidade era bem diferente. A maioria dos agricultores da região, incluindo os Haas, se dedicavam ao cultivo de fumo. A produção de melado e açúcar mascavo supria apenas a demanda familiar. Com a insistência de alguns produtores, a atividade foi ganhando força e atratividade econômica. Mas as condições de trabalho eram rudimentares. “O transporte da cana era feito com carroça puxada por bois. Produzíamos por meio de fornalhas, expostos a um calor altíssimo. Era muito sofrido”, lembra Rodrigo. Segundo ele, a partir de 2014, com a aquisição de um trator, o negócio começou a melhorar e, de forma gradativa, os cultivos de fumo foram sendo substituídos por canaviais. “Decidimos focar mais no melado, que se tornou a principal atividade econômica da família. Os tachos a lenha foram trocados por caldeiras de vapor, o que garante um processo produtivo de excelência em higiene e qualidade, num tempo de serviço bem menor. Essa modernização, sem perder a essência do artesanal, foi também um fator importante para conseguirmos obter a certificação IG”, ressalta.
Rodrigo conta que a visão de empreendedorismo do pai, Gilberto, foi fundamental para que o negócio prosperasse. “Foram mais de 20 anos de peleja. É uma história de muito trabalho e perseverança”, diz o filho, que desde muito cedo se juntou à família na lida nos canaviais e caldeiras. “Olhar uma terra crua e sem nada, plantar a cana, ver ela brotar e crescer. Depois colher, moer e transformá-la num produto único e acabado, com o teu rótulo, pronto para ser comercializado. Isso é muito gratificante e diria que define os objetivos essenciais do nosso trabalho.”
Para a família Haas, a agregação de valor é o caminho para desenvolvimento no campo, aliada aos requisitos de sustentabilidade e produção de alimentos saudáveis. “Qualidade, perseverança e identidade familiar são os nossos diferenciais. Dessa forma, a agroindústria artesanal se conecta ao que desejam os consumidores mais conscientes e exigentes”, conclui Rodrigo.
Toda a história de trabalho e superação da família Haas está personificada em seus produtos de alta qualidade e com o selo de indicação geográfica, que podem ser adquiridos aqui no Arte do Campo.