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Irmão Queijeiro: produção artesanal com qualidade diferenciada
Leocledes Gossler e Giovana Karina Gregolon iniciaram a vida de casados trabalhando na cidade. Ele, funcionário num posto de combustível; ela, professora de matemática no ensino médio e fundamental. Filhos de agricultores, os dois sonhavam em voltar para o campo. A oportunidade de retorno surgiu em 2009, num momento em que passavam por dificuldades financeiras. Para ajudá-los, o pai de Giovana cedeu uma área de 1,7 alqueires, em sua propriedade na comunidade de Linha Tesoura, em Chopinzinho, Sudoeste do Paraná. O local em que se instalaram era considerado improdutivo, formado por banhado, capoeira (vegetação secundária
de pequeno porte) e muitas pedras. Mas, que ninguém duvide da força de vontade e persistência de um casal com muitos sonhos e conquistas a realizar.
Os dois se lançaram no desafio de tornar produtiva aquela pequena área de terra infértil. "Tudo que ganhávamos, investíamos em melhorias estruturais e utilização de novas técnicas de produção. Fizemos uma casa e outras benfeitorias, como o pequeno barracão para a ordenha das vacas. Aos poucos, fomos expandindo e transformando a área. Graças a Deus, o sonho foi se tornando realidade", lembra Giovana.
Com a chegada de John e Johnny, os jovens pais tiveram que dividir a tarefa de cuidar das crianças e da lavoura. A primeira tentativa produtiva, o cultivo de frutas, não deu certo. Sucessivas safras frustradas inviabilizaram o projeto. A saída foi a pecuária de leite, na qual conseguiram resultados positivos, mas a renda era insuficiente e havia poucas perspectivas de expansão. "O único caminho possível foi agregar valor à produção. Começamos então a produzir queijos. No início, numa escala pequena, mas a aceitação das pessoas nos motivou a ampliar e avançar nessa atividade", explica Leocledes, que é conhecido por amigos e clientes como Tico.
Giovana, que já produzia bolachas e confeitos, comercializados no município por meio do programa de merenda escolar, passou também a se dedicar à arte da produção queijeira. "Fui descobrindo como fazer no dia a dia, trabalhando com o leite. Percebi que dava para fazer queijos de uma forma diferente e torná-los um produto melhor, com sabor e aroma diferenciados e muito mais qualidade", lembra. Mas o evento considerado um divisor de águas para o casal foi o curso de qualificação promovido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Francisco Beltrão, em 2019. "Durante quatro meses, aprendemos sobre legislação, boas práticas de produção, desde a ordenha, passando por técnicas produtivas, maturação, embalagem, rotulagem e entrega ao consumidor final", relata Tico. Além de conhecimento, o curso também foi decisivo para a organização dos
queijeiros da região. "Os participantes resolveram fundar a Aprosud (Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná). Eu e Giovana logo nos tornamos também associados."
Com qualificação, dedicação e amor ao que fazem, o casal fez da produção de queijos e derivados de lácteos sua principal atividade. Giovana conta que atualmente são produzidos dez diferentes tipos de queijos, e também iogurte, bebida láctea e doce de leite. "Neste trabalho, todas as etapas são importantes, desde a alimentação das vacas, cuidados com higienização durante a ordenha e no processo de produção. Nosso rebanho é livre de brucelose e tuberculose, e nossos produtos têm a chancela da certificação do Susaf (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte)", enfatiza. A excelência dos queijos da Giovana e do Tico já começa a ganhar projeção nacional e internacional. "Em dois anos, conquistamos nove premiações
importantes, entre elas medalhas no Concurso Internacional de Queijos Artesanais da Expoqueijo Brasil, realizado em Araxá (MG), no Prêmio Queijos Brasil, em Blumenau (SC), e no 2º Mundial do Queijo do Brasil, em São Paulo", explica Tico, sem esconder o orgulho e alegria pelas conquistas da família.
Trabalho puxado, sem dias de folga ou feriados, a pecuária de leite e a produção de queijos exigem dedicação em tempo integral. "É uma propriedade pequena, da agricultura familiar, e a queijaria torna possível continuarmos no campo, com qualidade de vida e oportunidades de um futuro melhor para nossos filhos", afirma Tico. O nome do empreendimento, Irmão Queijeiro, é uma homenagem aos meninos John e Johnny. "Claro que amamos o que fazemos, mas nossos filhos são nossa maior motivação. Queremos deixar a propriedade pronta para eles darem continuidade ao trabalho, pois vemos futuro no campo, por meio da agregação de valor da atividade queijeira", ressalta Giovana.
No Arte do Campo você já pode encontrar o saboroso e tradicional queijo colonial amanteigado do Irmão Queijeiro, além do delicioso Doce de Leite Caseiro Colonial. "Produzimos com amor, delicadeza e tendo o máximo de cuidado com a qualidade em todas as etapas de produção", conclui a queijeira Giovana, a mãe zelosa de John e Johnny.
ou até 2x de R$ 61,25 (sem juros)